quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Fotografia em Caixas de Fósforo

Workshop Pin Lux: Fotografia com caixinha de fósforo (Com Ricardo Moura)

O workshop consite em breve histórico sobre a técnica, o aluno aprende a fazer a máquina, tira fotografias com sua pin lux e ainda ganha a revelação de sua melhor foto. Acontecerá nos dias 26 e 27 de novembro das 9:00 às 12:00 h, no Centro de Artes e Comunicação da UFPE - Atelier 9 (perto da cantina)

Inscrições: De 20 a 22 de novembro no Hall do Cac, das 14 às 18 h - Valor : R$ 15

[F.U.T.U.R.A.M.A.]

Neste sábado, a partir das 10h30, a gente vai estar montando a exposição [FUTURAMA] no prédio da AESO, na Cidade Alta, em Olinda, como programação do Olinda Arte em Toda Parte. Fica na rua de São Bento, pertinho da Prefeitura. Tem um banner bem grande da AESO na frente, não dá para se perder.

Vamos ter um "Poste Fotográfico" (na verdade, é um varal fotográfico no meio de dois "postes") e mais o espaço [FUTURAMA] com a projeção em loop das fotografias.

A expô fica aberta sábados e domingos, das 14h às 18h, como programação do Olinda Arte em Toda Parte.

A gente se encontra lá!

Galeria do Esquinas



Título: "Go to the the light, Carolyne"
Autor: Osmário Marques

Abertura do Olinda Arte em Toda Parte



Gente, convite para a abertura do Olinda Arte em Toda Parte! No sábado, a gente mostra nosso [FUTURAMA] por lá.

Santa Exibição



Nesta quinta (dia 22), vai haver uma projeção de fotografias e artes visuais em frente à capelinha do Museu de Arte Contemporânea (MAC), em Olinda, depois da abertura do Olinda Arte em Toda Parte.

Atestado de Loucura




Ghuga Távora & Guga Soares farão a abertura do espaço de artes visuais Célula Mater, nesta sexta (dia 23), como evento "à parte" do Olinda Arte em Toda Parte. Vai ter projeções, música e um povo ótimo. Vamos?

domingo, 18 de novembro de 2007

Notas - Trabalho Interdisciplinar

Prezados alunos, seguem as notas do Trabalho Interdisciplinar - Fotografia 2007

1. Equipe: Allyson Maria, Jorge Gregório, Luiz Carlos Nascimento, Milena Costa, Vinicius Meirelles - 9,5

O relatório ganha destaque, embasa a explicação sobre as fotografias e está bem escrito. No entanto, algumas fotos vieram com "indicativos de datas", um descuido de produção.

2. Equipe: Renato Spencer, Cintia Lira, Danielle Ramos, Rafael Medeiros - 9,5

A boa qualidade das fotos e a unidade temática carecem de um relatório mais aprofundado.

3. Equipe: Fabíola Melo, Heitor Cunha, Maria Lizete, Renata Clara - 10,0

Originalidade na abordagem do manifesto e excelente relatório.

4. Equipe: Osmário Marques, Cláudia Jacobovitz, Teresa Maia, Adriana Barros - 10,0

Imagens impactantes e justificativas interessantes geram originalidade na abordagem.

5. Equipe: Marco Antônio Porto, Lindamira Ramos, Hugo Emmanuel - 8,5

A equipe entregou apenas três imagens e o relatório poderia ter sido mais embasado.

Sebastião Salgado e a natureza intocada












Da Revista Época

Foi plantando árvores na Mata Atlântica que Sebastião Salgado despertou para fotografar a natureza. Em trinta anos de carreira retratando o sofrimento humano, ele virou embaixador da Unicef, ganhou dez prêmios internacionais e foi consagrado como um dos fotógrafos mais importantes do mundo. Essa semana, Salgado lançou no Brasil o livro África, com suas primeiras fotos de natureza. As imagens mostram que ele ainda é capaz de surpreender também pela técnica de fotografar em preto e branco. De sua fazenda em Minas Gerais, onde coordena um projeto ambiental, ele falou a ÉPOCA sobre sua relação com o continente africano, a questão ambiental e seu último grande projeto: o Gênesis.

ÉPOCA - Como surgiu a idéia de dedicar um livro à África?
Sebastião Salgado - Eu sou o fotógrafo que mais trabalhou no continente, foram 40 reportagens em mais de 30 anos. Eu já tinha feito vários livros parciais e pela primeira vez nós decidimos (ele e sua mulher, Lélia Wanick, que dirige a agência Amazonas Imagens), colocar tudo junto. Trabalhar por seqüência e por região também foi uma forma de organizar a minha cabeça sobre tudo que eu vi. Foi como contar uma história.

ÉPOCA - Qual foi a história você tentou contar no livro?
Salgado - A história de um continente de uma evolução recente, de um continente que está pulsando e fazendo de tudo para existir. De um continente violado, um lugar que só deu e pouco recebeu.

ÉPOCA - Qual foi o papel do escritor Mia Couto na edição do livro?
Salgado - Já havia trabalhado com ele em outras situações, passamos muitas coisas juntos na África. Mia foi um companheiro de muitas das reportagens que fiz na região. Conheço ele desde a independência do Moçambique, nos primeiros momentos em que a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) entrou em Lourenço Marques, hoje Maputo. Ele estava lá trabalhando para a imprensa local como um jovem jornalista e eu era um jovem fotógrafo. Ter o Mia junto no projeto desse livro também foi uma forma trazer a visão de um africano sobre como eles percebem o continente.

ÉPOCA - Seu novo livro registra fotos inéditas de natureza. Por que decidiu fotografar animais e paisagens?
Salgado - Na realidade, evolui muito em relação à natureza. Tudo começou em 1998, quando compramos a fazenda, que foi dos meus pais e onde eu cresci, em Aimorés, em Minas Gerais. A Lélia teve a idéia de recuperar o que estava degradado. Essa tentativa de recriar a floresta virou o Instituto Terra, um organização de educação ambiental que já atendeu mais de cinco mil pessoas e plantou um milhão de mudas.

ÉPOCA - Essa transição de fotos de elementos humanos para a natureza será definitiva?
Salgado - Não, eu não me transformei em um fotógrafo de paisagem ou de animais. Apenas quero começar uma série de fotografias que também incluam a biodiversidade do planeta e o meio ambiente como um todo dentro da discussão. Esses temas são tão essenciais como a distribuição de renda, a migração e os tópicos que sempre consideramos importantes para espécie humana. Esse é o foco do projeto Gênesis. As novas fotografias são para apresentar os 46% do planeta ainda intacto e onde tudo está em formação e estado primal.

ÉPOCA - O que é o projeto Gênesis?
Salgado - Fiz uma amostragem de 30 grandes reportagens a serem feitas até 2012. A idéia é criar uma espécie de acervo para ajudar nessa discussão sobre o planeta. No Gênesis, também existe uma grande proposta de educação ambiental internacional. É um projeto em parceria com a Unesco e livre de direto autorais, tanto de fotografia quanto de texto. Professores e comunicadores usam as minhas fotografias da natureza como base para a formulação de uma cartilha que será distribuída nas escolas. No material, além das fotos, existem informações sobre a teoria da evolução e conceitos sobre biodiversidade. Também vão acontecer exposições ao ar livre e gratuitas para que as pessoas possam ver o planeta em que vivem. O projeto já foi testado no Espírito Santo com 92 mil crianças e está sendo levado para a Espanha, com o apoio do príncipe de Astúrias, Felipe de Bourbon. Temos que ganhar todos para essa causa.

ÉPOCA - Como o senhor se convenceu de que isso é tão importante?
Salgado - Temos que voltar à idéia de sustentabilidade. Nós abandonamos essa proposta de sustentável. O moderno não é você ter computador. Não é ter tecnologia. O moderno é a sustentabilidade. Essa é a preocupação real do planeta. A humanidade só vai conseguir resistir como espécie se pensarmos dessa forma. Hoje, a tônica principal é voltar a pensar no interior, pensar nas nascentes, nas águas, no equilíbrio e na agricultura que está ocorrendo nessas regiões. Mudar a degradação atual do planeta só é possível através da agricultura. E não vamos conseguir isso se seguirmos essa loucura que está acontecendo no Brasil de querer exportar a todo preço. Precisamos de uma agricultura sustentável. E o mundo urbano e rico está disposto a pagar um pouco mais caro por isso. Primeiro, para ter um produto limpo e sem agrotóxicos. Segundo, para consumir um produto que não esta degradando a Terra. E terceiro, porque as pessoas querem ter interação com o planeta.

ÉPOCA - Por que você escolheu o Alto Xingu, a Amazônia e o Pantanal para fazerem parte do projeto Gênesis?

Salgado - Porque são regiões onde estão a parte do planeta que ainda não foi tocada pelo homem. Gostaria também de fotografar a mata atlântica, e estou em busca de locais possivelmente intactos no Vale do Ribeira, mas ainda é apenas uma possibilidade. Seguramente eu vou ao Pantanal, e vou trabalhar ainda no sistema de águas do Amazonas, nos grandes rios do Norte da região. Pretendo voltar duas vezes para o Brasil para fotografar.

ÉPOCA - Em 2005, quando esteve no Xingu, você falou sobre a situação do avanço das fazendas de soja sobre o Parque. Você acredita que os índios da região irão conseguir preservar seu modo de vida tradicional mesmo cercados por soja?
Salgado - Os índios do alto Xingu também são o Gênesis. A região é visitada desde a década 50, mas os índios souberam se preservar. Eles ainda têm uma personalidade, uma característica da cultura deles que para nós seriam como os heróis da Idade Média dos europeus. Espero que eles saibam manter suas tradições e lutar contra o envenenamento de seus rios. Mas o nosso discurso também tem de mudar. Estamos com um discurso muito velho de mero produtivismo agrícola. O problema não é mais esse no mundo. Estamos ficando antigos. Hoje o que o mundo quer é uma agricultura limpa. O Brasil vai ser cobrado duramente por suas práticas atuais.

ÉPOCA - O Gênesis é o último grande projeto da sua vida?
Salgado - Sim, durante a apresentação do projeto eu já vou estar com 70 anos. Não acredito que depois disso eu tenha mais energia para pegar outro projeto de dez anos. Com certeza vou estar meio cansado (risos). Mas é claro que eu vou continuar fotografando, editando meu material e trabalhando com a ecologia. Só não vou mais me dedicar a grandes projetos.