segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Fotos inéditas de Capa são descobertas

Uma série de negativos inéditos do fotógrafo de guerra Robert Capa, feitas na Guerra Civil Espanhola, foi descoberta no México. Na edição de ontem, o jornal "New York Times'' publicou uma foto da "mala mexicana'', forma usada por especialistas para se referir à valise com os negativos.
Foram ainda encontradas imagens atribuídas aos fotógrafos David Seymour e Gerda Taro, companheira de Capa, morto em 1954, que acreditava ter perdido a mala durante a invasão nazista na Europa.
Achados pelos herdeiros do general mexicano Francisco Javier Aguilar González, os negativos foram levados ao Centro Internacional de Fotografia de Nova York, fundado pelo irmão de Capa, Cornell.
"Este é o Santo Grall do trabalho de Capa'', disse Brian Wallis, chefe-curador do centro.

Fotógrafo do cinema italiano ganha mostra



Mario Gioia
Da Folha de São Paulo


Ele eternizou algumas das mais famosas imagens de filmes do cinema italiano, mas ainda assim é modesto ao falar sobre sua contribuição. "Tive sorte em estar no momento certo em Cinecittà." O italiano Mimmo Cattarinich, 70, fotógrafo de sets de filmagem, ganha exposição com 112 fotografias que começa amanhã no Sesc Pinheiros, em São Paulo.
Cattarinich começou a trabalhar nos anos 50, como assistente de dois reconhecidos fotógrafos, Di Giovanni e Sergio Strizzi, e, na década seguinte, assumiu sozinho o still de alguns longas-metragens rodados em Cinecittà. Tudo isso por acaso, segundo ele.
"Meu pai tinha um bar e restaurante no estúdio de Dino De Laurentiis. Me encantei com o "star system' de lá. Me diga, onde um rapaz jovem poderia querer ficar com aquele desfile de celebridades e mulheres bonitas, como Silvana Mangano?", conta ele, que aproveitou uma recuperação no colégio para começar na profissão e não voltar mais para a escola.
O fotógrafo lembra que astros de Hollywood eram comuns nos estúdios. "Mas o que mais me interessava eram os nossos ídolos: Vittorio Gassman, Alberto Sordi, Totò", diz.
Ao acompanhar o trabalho de Di Giovanni, começou a esboçar seu estilo. "Não sou um grande fotógrafo. Mas persigo aquele momento-chave, quando os atores estão no auge de sua atuação. O modo como Di Giovanni encontrava a luz para a foto também me marcou."
Tazio Secchiarolli, conhecido como paparazzo e que ganhou mostra recente em São Paulo, é outra de suas influências. "Esse lado de exibir os bastidores de cena, de "roubar' fotos, quase documental, ajudou a compor meu estilo."
Na exposição, destacam-se registros de filmes hoje clássicos, como "A Noite", de Antonioni, e "O Leopardo", de Visconti. Dos diretores, lembra o perfeccionismo. "O fotógrafo de still não podia mexer um milímetro do que a câmera captava. Mas eles eram grandes estetas, tinham equipes grandes e faziam tudo o que planejavam."
A mostra guarda um espaço especial para os dois grandes interlocutores de Cattarinich -Fellini e Pasolini. "Fellini era familiar, seus sets sempre eram cheios de mulheres bonitas. Já Pasolini era muito gentil, falava baixo, se preocupava com todos, até nas partidas de futebol que jogávamos."
Entre as mais belas imagens da exposição, está a que retrata a soprano María Callas, de semblante triste, junto de Pasolini, em ruínas que serviram de cenário para "Medéia", em 1969. "Ela estava deprimida por causa do final do relacionamento com Onassis. Mas adorava Pasolini, os dois tinham uma ligação muito forte", lembra ele.
Cattarinich se comove ao lembrar da morte de Pasolini, em 1975. "Estava em um set de Bolognini, também muito amigo dele. Foi um choque."

MIMMO CATTARINICH - O MAGO DA LUZ
Quando: de ter. a sex., das 13h às 21h30, sáb., dom. e feriados, das 10h às 18h30; até 30/3
Onde: Sesc Pinheiros (r. Paes Leme, 195, tel. 0/xx/11/3095-9400)
Quanto: entrada franca

Pinacoteca exibe 120 imagens do fotógrafo Boris Kossoy



Mario Gioia
Da Folha de São Paulo


O fantástico, o político e o arquitetônico convivem na fotografia de Boris Kossoy, 66, que ganha uma exposição com cerca de 120 imagens na Pinacoteca do Estado.
"Acho que desde 1955, ano dos meus primeiros registros, também na mostra, esses caminhos são traçados paralelamente. Às vezes um deles emerge, depois fica oculto, e assim vai", avalia Kossoy, um dos mais respeitados teóricos de fotografia no Brasil, professor da ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo) e arquiteto de formação.
Essas primeiras imagens estão na abertura do espaço expositivo, com uma fotomontagem de um disco voador sobrevoando um ainda elegante bairro Campos Elíseos ou em um olhar da avenida São João com as bordas desfocadas. "A foto da avenida já revela algo cinematográfico, que também será uma influência forte em meus trabalhos", diz Kossoy.
O fotógrafo diferencia o fantástico, sua produção mais celebrada, do surreal. "São coisas distintas. O fantástico tem muito do literário, é a convivência de situações aparentemente desconexas que, com a quebra de um olhar monótono, criam uma nova verdade."
Nessa fase, Kossoy cria uma espécie de alter ego, Américo, um boneco que vai estar em diversos registros por toda a sua trajetória. "Não faço auto-retratos, o Américo já cumpre esse lado por mim", afirma ele.
Em algumas situações, o fantástico dialoga com o político, principalmente nas imagens de manequins retratadas por Kossoy. Uma delas, com manequins abandonados como se fossem cadáveres, feita nos anos 70, foi adquirida pelo MoMA, de Nova York, e usualmente é apontada como um dos destaques de sua fase política.
Os manequins farão parte de diversos momentos da fotografia de Kossoy. "Eles são uma espécie de síntese em minha obra. Olham para a câmera, participam de situações estranhas, meio vivos e meio mortos, parecem comentar algo."
O olhar mais documental de Kossoy também está presente na mostra, com fortes imagens de uma Nova York bastante degradada no início dos anos 70, por exemplo. Parte das fotografias farão parte de um livro retrospectivo que a Cosac Naify lançará no segundo semestre.

BORIS KOSSOY - O CALEIDOSCÓPIO E A CÂMERA
Quando: de ter. a dom., das 10 às 18h; até 30/3
Onde: Pinacoteca do Estado (pça. da Luz, 2, tel. 3324-1000)
Quanto: R$ 4; sáb., entrada franca

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Concurso de Fotografia - Grupo Nordeste

O Grupo Nordeste abre inscrições para o prêmio Grupo Nordeste de Fotografia. O tema é “Folclore e Arte Popular”. Além da inscrição feita pelo site www.fiquetranquilo.com/concurso, o candidato terá que enviar também a ficha impressa com, no máximo, duas fotos que deverão medir 15x21 centímetros. Os candidatos podem se inscrever nas categorias: Profissional, Estudante e Funcionário. A premiação para a categoria Profissional será de R$ 3 mil para o primeiro lugar, R$ 2 mil para o segundo e R$ 1 mil para o terceiro. Na Estudante, o prêmio será de R$ 1,5 mil. Já para a categoria Funcionário, o ganhador receberá um computador. O resultado será divulgado dia 24 de março na home do concurso.